terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Finalizando o Curso

Estando nos últimos dias de curso na graduação, mais precisamente, revendo a Monografia, para a publicação. Vem surgindo um vazio. Sentimento, creio eu, ser normal, depois de tanto esforço e pensamento centrado, principalmente neste último semestre, eixo IX, em que o esforço e a dedicação tiveram que ser ainda maiores, para a conclusão do TCC, com o êxito esperado.
Agora o momento e de comemorar e compartilhar com todos aqueles que ao longo do curso estiveram ao meu lado.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Reflexão sobre o Eixo VII

O eixo VII,como todos, foi muito significativo. Pois durante seu transcurso propôs aprendizagens sobre linguagem. Comprendi que através das situações sociais dentro e fora da escola vão se construindo outras formas de linguagem que são relevantes e não devem ser ignoradas pelos professores.
Aproveitando o espaço e a oportunidade em muitos trabalhos da disciplina de Linguagem e Educação busquei relatar sobre minha aprendizagem, sobre alfabetização e letramento, pois por muitos anos venho a alfabetizar alunos. Esta disciplina era um convite explícito ao repensar sobre o planejamento juntamente com a disciplina de Didática, Planejamento e Avaliação.
O processo de ensino e aprendizagem é uma troca, no qual o professor aprende com alunos, então o papel do professor é o de estimular, observar e mediar, criando as situações de aprendizagem. O planejamento deverá ser feito pensando na participação ativa do aluno e em seus interesses e sua individualidade. Esse trabalho busca a construção do conhecimento, assim procura formar indivíduos ativos, reflexivos, atuantes e participantes na sociedade. O ato de planejar deve existir para facilitar o trabalho, tanto do professor, como do aluno.
Projetos favorecem a criação de maneiras de organizar os conhecimentos escolares, em relação as informações e à relação, entre os diferentes conteúdos o que facilita aos alunos a transformação da informação dos diferentes saberes disciplinares, em conhecimento próprio. E assim haverá uma aprendizagem significativa.
Na disciplina de Didática, Planejamento e Avaliação conheci as idéias de Comênio e sua Carta Magna. Ao ler a "Didática Magna" de Comênio refleti mais sobre a educação atual. Contido nas idéias de Comênio está uma educação de qualidade pois ele propõem a consideração do aluno, o ensino igual para todos, o realismo do ensino e o bom relacionamento entre professor e aluno. Conclui que a metodologia de Comênio possibilitará que a educação exerça sua verdadeira função: formar seres pensantes, autonomos e felizes.
Conheci a filosofia taylorista/fordista e sua relação com a educação.
Com a disciplina de Educação de Jovens e Adultos observei que esses alunos são pessoas que vivem no mundo adulto do trabalho, com responsabilidades sociais e familiares, com valores éticos e morais formados a partir da experiência, do ambiente e da realidade cultural em que estão inseridos. Numa sociedade de exclusão, essas pessoas, quando chegam à escola encontram muitas dificuldades, começando pela linguagem que é um obstáculo no seu desempenho.
Para esta disciplina realizamos em grupo uma saída de campo onde entrevistamos os alunos da etapa I e as duas professoras de EJA que trabalham com series iniciais. Observamos que projeto pedagógico do EJA apresentado pela instituição busca a construção de saberes vinculados à vida prática formando alunos mais autônomos e preparados para enfrentar os desafios do futuro. Constatamos na nossa pesquisa que a turma observada era muito heterogênea, com bagagem cultural e social diversa com interesses próprios. Estes alunos procuram a EJA com as mais diversas expectativas. Foi feito um pôster esta entrevista e apresentado a todo o grupo do PEAD em uma mostra, foi muito rico!
A disciplina de Libras levou a pensar sobre um outro grupo que encontramos atualmente em nossas escolas, são os alunos surdos que apresentam um diferencial em sua forma de comunicação sendo estes alunos portadores de características culturais próprias, com uma identidade própria e com possibilidades de desenvolvimento iguais a qualquer ouvinte. Fazem uso da língua de sinais que é uma língua com estruturas gramaticais próprias sendo que, o que a diferencia de qualquer outra língua é a sua modalidade visual-espacial.

Reflexão sobre o Eixo VI

Estudando sobre aprendizagem na disciplina de psicologia, realizei estudos sobre os estágios de desenvolvimento da criança. Durante essas aprendizagens relatei sobre minha trajetória de aprendizagem no curso como um todo, e principalmente no que diz respeito às aprendizagens tecnológicas, lidar com o computador. A todo instante uma aprendizagem levava a outra. Aprender é, pois, o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente.
A disciplina de Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais me levou a criar um dossiê e no qual desenvolvi um estudo do caso de um aluno de 11 anos, com diagnóstico de Retardo Mental e Emocional.
Há poucos anos atrás os alunos com deficiências eram excluídos, pois a escola os encaminhava à outras instituições que atendiam exclusivamente as deficiências. Atualmente é dever da escola dar conta também destes alunos. Os professores estão sendo desafiados a atender bem a diversidade de seus alunos. Muitas vezes, a partir da necessidade especial de um aluno, promove-se um repensar sobre toda a turma, envolvendo planejamento, prática, avaliação, com ganhos para todos. Todos os alunos aprendem junto com o colega especial e aprendem principalmente a aceitar e conviver com a diferença. A presença de um aluno especial pode despertar a motivação e a cooperação entre todos da turma facilitando a aprendizagem.
Com a disciplina de questões étnicas raciais foi solicitado trabalhar com meus alunos sobre a diversidade. Foi muito bom, e pretendo estender meus trabalhos sobre este assunto ao longo da minha caminhada como professora, educadora. Realizei várias atividades, entre elas, uma atividade voltada para questões étnicas raciais.
Nesta disciplina destaco a confecção de um mosaico a partir da cultura africana que hoje faz parte da cultura brasileira. Os alunos estavam muito empolgados e trabalharam muito bem em grupos, trouxeram diversos materiais para a realização do estudo e costrução do referido mosaico.
Na disciplina de filosofia me surpreendi com o texto “Educação após Auschwitz”, o que predispôs os indivíduos a aceitarem o nazismo e a barbárie é a falta de autonomia e de autodeterminação. Conheci as idéias de Adorno e a pedagogia de Kant.

Reflexão sobre o Eixo V

Ao longo do curso viemos estudando e vivenciando na prática as teorias oferecidas nas diferentes interdisciplinas do curso. Tenho buscado contribuir com as aprendizagens assimiladas enquanto aluna na graduação, na instituição em que trabalho, ora como alfabetizadora, através da minha participação nas reuniões administrativas e pedagógicas.
As análises e reflexões dos referidos estudados nas interdisciplinas ao longo do curso, vêem somando de forma valiosa para uma nova postura como profissional e como pessoa.
A interdisciplina de Psicologia da vida adulta acrescentou através das reflexões, leituras e atividades, a identificação das fases da vida adulta, no reconhecimento da importância de atitudes, nas quais se faz necessário a serenidade, a autonomia e a responsabilidade diante das diferentes situações em que estamos sujeitos a nos deparar ao longo da vida, obtendo equilíbrio para enfrentá-las e solucioná-las, através de atitudes ponderadas e conscientes, principalmente, enquanto educadores. Sabemos que a convivência em sala de aula, em determinados momentos não é muito tranqüila, pois às vezes, nos deparamos com situações em que as emoções ficam um pouco estremecidas, o que é natural, pois somos todos diferentes, cada ser é único. Por isso, temos que entender e respeitar a diversidade, porque convivemos com personalidades diferentes, realidades diferentes. Pessoas que vivem sentimentos diferentes.

Ao final desta interdisciplina conclui o quanto é importante as fases anteriores terem sido bem resolvidas, para que o adulto de hoje possa estar preparado para enfrentar os desafios que irão surgindo nas demais fases da vida.
Na interdisciplina de Projeto Pedagógico aprendemos durante o semestre que todo o sistema educacional tem uma organização definida, com leis próprias e atribuições claras. A partir da Constituição de 1988 os municípios passaram a ter a mesma importância que os Estados e a União na gestão da educação, cabendo a cada um atribuições próprias. Assim também, podemos conhecer a existência do FUNDEB e os recursos por este destinados à manutenção e desenvolvimento da educação básica pública e à valorização dos trabalhadores em educação, promovendo a distribuição de recursos com base no número de alunos da educação básica informado no senso escolar do ano anterior. Estudamos o controle destes recursos a nível municipal, através do Conselho Municipal do FUNDEB, que é formado por representantes do poder executivo, dos professores e servidores técnico-administrativos das escolas municipais, assim como representantes de pais e alunos destas escolas. Este conselho analisa documentos e avalia o uso das verbas públicas, conferindo toda documentação e a necessidade dos gastos efetuados.
Através destes estudos passamos a analisar nossa escola como instituição pública que deve respeitar a Legislação vigente, mas que tem autonomia para planejar suas ações e fazer as regras necessárias para que estas ações aconteçam, através da gestão democrática. Aprendemos a importância do PPP como um compromisso em forma de planejamento de ações, onde escola e comunidade refletem sobre seu papel e as ações a serem desencadeadas por todos os envolvidos no processo educativo para alcançarmos uma educação de qualidade. Vimos também que o Regimento Escolar é um documento normativo que tem por finalidade tornar o PPP operacional, ou seja, descrever as regras de funcionamento desta instituição. É um instrumento legal que formaliza e reconhece as relações dos sujeitos envolvidos no processo educativo. Aprendendo tudo isso e ainda, a importância da real da participação da comunidade neste processo através da gestão democrática, que legitima o fazer pedagógico, criando uma rede de compromissos onde todos, escola e comunidade, sentem-se responsáveis pela implementação deste projeto, visando a construção de uma escola democrática e o bem-estar do aluno.
Também aprimoramos nossos conhecimentos sobre projetos de Aprendizagem, ferramenta Pedagógica importantísssima paranossas ações no cotidiano de sala de aula.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Reflexão sobre o Eixo IV

O Eixo IV nos ofereceu as Interdisciplinas de Representação do Mundo pela Matemática, Representação do Mundo pelas Ciências, Representação do Mundo pelos Estudos Sociais e Seminário Integrador IV. Todas muito importantes para o nosso rebuscar de novas práticas pedagógicas.
No transcorrer das referidas interdisciplinas estudamos teorias que me trouxeram orientações e motivações muito enriquecedoras para o meu cotidiano de professora e de sala de aula. Através das interdisciplinas, nos foi proposto a criação de atividades práticas com nossos alunos. Como por exemplo, a Interdisciplina Representação do Mundo pela Matemática que contribuiu fundamentalmente para a construção dos meus “saberes” pedagógicos. As leituras indicadas pela interdisciplina foi algo necessário para sair do estado “empobrecido” no sentido o sujeito fazendo, construindo, do aluno sendo autor das suas aprendizagens e edificando=as em suas próprias vivencias, ... Uma das leituras que foi importante, pois me levou a profunda reflexão sobre minhas ações pedagógicas e destaco: “A matemática da vida”, pois ela aponta o trabalhar com os alunos a partir de suas vivências (a matemática que faz parte da vida das crianças, dos nossos alunos), temos que levar o aluno a pensar, ao invés de dar a ele as respostas de que necessita encontrar. Demo (2006) afirma a importância do saber pensar. Procuro também me orientar a luz dos ensinamentos de Paulo Freire, pois ele ressalta a necessidade de uma reflexão crítica sobre a prática educativa. Sem essa reflexão, a teoria pode ir virando apenas discurso; e a prática, ativismo e reprodução alienada.
Em Estudos Sociais estudamos a História da Educação, da mesma forma, também realizamos atividades práticas de espaço e tempo com os alunos, na qual criamos a linha do tempo da vida deles, a ordem cronológica dos acontecimentos. Foram aulas bem interessantes onde a teoria foi diretamente ligada à prática, tornando as aulas prazerosas e significativas auxiliando, também, para a qualificação de nosso trabalho em sala de aula.
No endereço abaixo é possível conferir parte do que foi realizado no semestre referente as interdisciplinas anteriormente citadas.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Reflexão sobre o Eixo III

O Eixo III nos possibilitou a construção do conhecimento, através de aprendizagens de forma criativa, pois, as interdisciplinas deste eixo estavam todas interligadas, tornando assim a aprendizagem mais significativa devido a essa amarração entre elas. As leituras serviram como reflexões importantes para minha vida pessoal e profissional.
Na interdisciplina de Teatro entendi que todos podem improvisar, mas cada um, dentro de suas limitações. Embora que tenhamos um aluno que não goste de interpretar, é preciso respeitar esta particularidade, mas temos que estimulá-lo a vencer as barreiras que o impedem a realizar tal atividade dentro da arte e buscar levá-lo ao palco. Realizei, na época, várias atividades da interdisciplina com meus alunos e eles adoraram. Hoje venho trabalhando sempre que possível, na minha turma de 1º ano, alguma técnica adquirida na interdisciplina. Nem sempre isso é possível devido ao programa de alfabetização implantado na escola. O mesmo não contempla espaço para tais atividades pelo fato de ser totalmente cronometrado, com prazos pré-estabelecidos a serem cumpridos.
A disciplina de Artes Visuais despertou o valor pelos diferentes tipos de arte, entendendo que “tudo” é arte, depende só do olhar de cada um, Isto foi possível verificar ao visitarmos a Bienal. A interdisciplina nos trouxe as diversas tendências que existem e mostrou que há influência das tendências tradicionais, escolanovista e tecnicista na ação dos professores no ensino-aprendizagem de arte
A disciplina de Música para mim foi algo maravilhoso, adorei rever tais canções, algumas me levaram a minha infância, como também as técnicas de dança, etc. Foi ótimo trabalhar com os alunos tais ensinamentos, pois eles adoraram a música e principalmente as rodas cantadas. Estas, as rodas cantadas fazem parte da rotina da aula, principalmente, porque as mesmas fazem parte do programa de alfabetização. Logo, esta interdisciplina trouxe grandes contribuições para minhas práticas pedagógicas. É como a professora dizia : "A música está dentro de nós, ela vive em nós". Pude também, enquanto cursávamos a disciplina refletir muito sobre a qualidade das músicas que ouvimos, pois a música representa uma importante fonte de estímulo, equilíbrio e felicidade.
A disciplina de Ludicidade e Educação além de me mostrar o valor da brincadeira me fez participar do fórum dos sonhos. Participando do fórum percebi, que as pessoas tem muitos sonhos, e que eu também sou uma sonhadora. Então conclui é o sonho que nos move e nos leva através do desejo do sonho buscar aquilo que almejamos, com grandes realizações. Se não sonharmos, não teremos mais razão para viver.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Reflexão sobre o Eixo II

No Eixo II, na interdisciplina “DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM SOB O ENFOQUE DA PSICOLOGIA”, Freud e a psicanálise, trabalhamos linhas de estudo do desenvolvimento psicológico e emocional de cada ser. Buscamos entendimento sobre o funcionamento de cada parte do cérebro, os mecanismos de defesa utilizados pelas pessoas, as fases da criança,, nas relações sociais, com a aprendizagem e o conhecimento que os alunos elaboram, buscando novos papéis para professores e alunos, onde a aprendizagem se dá na interação dos sujeitos nesse meio. Analisamos o Behevorismo, Gestalt, sócio interacionismo e a Epistemologia Genética -
Tivemos a contribuição de Winnicot que dizia que a aprendizagem poderia ocorrer por submissão ou espontaneidade, sendo que no segundo caso, esse aluno seria muito mais curioso, com mais ideias próprias e estabelecendo maiores relações entre suas aprendizagens.
Na interdisciplina de “ESCOLARIZAÇÃO , ESPAÇO E TEMPO NA PERSPECTIVA HISTÓRICA”, estudamos sobre a invenção da infância, trabalhamos sobre os grandes pensadores e suas influências na Educação e o desenvolvimento da Educação no Brasil e crescimento. Conseguimos verificar que a luta continua, mas houve muitas melhoras e vontade de conseguir uma Educação ideal. Realizamos este estudo sob a luz de; O Manifesto dos Pioneiros.
A interdisciplina de “Fundamentos da Alfabetização” reflete sobre a necessidade de um sujeito escolar e social construir seu conhecimento interagindo com o mundo a sua volta, onde a aprendizagem seja um exercício de interação. Realizamos este estudo sobre o processo de Alfabetização e Letramento nos subsidiando nos ensinamentos da Psicogênese da escrita e métodos de alfabetização de Emilia Ferreiro e Ana Teberosk, com o intuito de sanarmos nossas incertezas sobre o conceito de alfabetização e letramento, juntamente com os professores da interdisciplina .
A interdisciplina de Seminário Integrador II, foi como uma espécie de suporte para as demais interdisciplinas, porque nos apresentou novos espaços virtuais e nos auxiliou na apropriação tecnológica, usando ferramentas como blog e wiki, ambientes estes que serviram para a postagem das atividades do semestre, além de nos fazer repensar sobre o ser professor, a escola em que trabalhamos e convivemos, resgatando as memórias pessoais e do porquê de nossa escolha em ser professor.
Concluímos o semestre com o Inventário de Aprendizagens, no qual relacionamos o que aprendemos e principalmente o que mudamos ou temos a vontade de mudar após adquirir as condições para tal.

domingo, 3 de outubro de 2010

Reflexão sobre o Eixo I

Era um dos primeiros dias de aula do segundo semestre do ano letivo de 2006, no horário do intervalo, sala dos professores, uma colega chegou trazendo a boa nova, o vestibular que daria a oportunidade de ingresso ao curso de Pedagogia à distância oferecido pela UFRGS, para professores com regência de classe, atuantes na rede pública e que ainda não teriam nível superior. Logo compreendi que seria minha oportunidade, me inscrevi no vestibular e me preparei para a prova.
O dia do vestibular chegou acompanhado de frio intenso, que dificilmente esquecerei. Quando chegou o resultado informando que eu havia sido aprovada, foi só euforia..., e aí então, iniciava uma nova caminhada, com muito esforço, angústia, satisfação e orgulho.
No decorrer do primeiro semestre do curso de Pedagogia, encontrei muitas dificuldades, pois o curso sendo a distancia exigia certo grau de conhecimento nas tecnologias. Como eu nunca havia ligado um computador, logo a realização do sonho da graduação se tornou um grande desafio. Mas aos poucos, com a paciência dos professores, principalmente do professor Leonardo e a professora Cíntia, sempre me incentivando, auxiliando e confortando quando o conflito com as ferramentas tecnológicas era exaustivo, me foi possivel aos poucos superar estas dificuldades e aprendendo, através da interdisciplina de Educação e Tecnologias da Informação e da Comunicação, a explorar e utilizar o computador, seus recursos e a internet, disciplina que muito auxiliou no desenvolvimento da demais interdisciplinas neste primiro semestre, como também, em todos os outros semestres seguintes. Aprendendo, e buscando a superação fui eliminando o medo a insegurannça e adquirindo autoestima pasando a visualizar um novo horizonte formado de capacidade de conquista, de vitória.
Já estando familiarizada com o mundo virtual, visitei os blogs das colegas de São Leopoldo e também, os blogs dos colegas dos demais pólos. Fiz novas amizades nessa nova rede cooperativa de aprendizagem. Visitei também, blogs educacionais indicados pelas professoras Suzana e Patrícia, que mostraram um material muito rico, com atividades possíveis para trabalhar com os alunos. Fizemos uma trilha virtual
Conheci a ideologia de Weber, Max, Engels e observo que apesar do passar do tempo o pensamento deles ainda está muito presente em nossas escolas, nos dias de hoje. Percebo a importância de pensar a educação que temos e a educação que almejamos ter.
Através da leitura e interpretação do conto: Ilha desconhecida de José Saramago. Estabeleci relação com texto e a minha vida, referindo-me ao curso, pois o mesmo está sendo uma porta aberta muito importante para o meu futuro profissional e principalmente, para o futuro da educação dos alunos, que me serão confiados a cada ano letivo, pois este curso veio a possibilitar minha qualificação como professora. Foi de grande valia navegar nesta ilha desconhecida que hoje torna o meu porto muito mais seguro. O desafio, a desacomodação, os obstáculos, tornam ainda mais saborosa a vitória.

domingo, 27 de junho de 2010

Sobreo o Estágio Curricular

Reflexões Semanais Sobre o Estágio Supervisionário em Pedagogia

Reflexão da semana do dia 12 a 16 / 04 ( Primeira Semana)

Durante esta primeira semana encontrei algumas dificuldades, para desenvolver na íntegra o planejamento que o Programa Alfa e Beto traz, já estipulado. Os alunos ainda querem, e creio eu, que precisam muito brincar. Assim o tempo de concentração deles está muito pequeno, isto no máximo 15 a 20 minutos. Então, esta é a maior dificuldade, pois tem ficado algumas atividades sem realizar. A turma conversa muito é bastante lenta, um grande número, é sem noção de limite, e também não sabe cuidar de seu material.
No dia 13/04, às 19 horas realizei, juntamente com a direção e supervisão da Escola, uma reunião de pais. Foi tudo muito bem. Alguns pais diziam ter notado um progresso bem notável em seus filhos após o início do Programa, no sentido de comprometimento com o dever de casa e também, no que diz respeito a independência e cognição. Mas igualmente ouve outros pais, que discordaram de tantas atividade e pensam que seus filhos deveriam brincar mais, devido a pouca idade, e que essa sobre carga de atividades poderia acarretar futuramente num cansar de estudar e perder o interesse.

Reflexão da semana do dia 19 a 23 / 04 ( Segunda Semana)

No transcorrer desta Semana acorreram momentos muito bons, proveitosos, momentos de construção em que as crianças participaram, se envolveram no fazer, e outros não tão bons assim. Tive a impressão de que, em alguns momentos as práticas pedagógicas desenvolvidas, ou aplicadas, não foram significativas para as crianças. Não sei ao certo se eu estou muito ansiosa, ou se as crianças realmente têm momentos maiores ou menores de interesse no aprender. Quero dizer que os alunos, em alguns momentos da aula apresentam apatia pelo que está sendo apresentado a elas. Isto, com toda a experiência que tenho em alfabetização, me deixa, confesso, muito insegura. E o pior de tudo é que tenho consciência de que isto não é bom nem pra mim e nem para as crianças.
Eu me vejo em conflito o tempo inteiro por estar sendo triplamente cobrada, isto é, pela escola, pelo Pedagógico da 2ª CRE e pela Universidade. Po ter que trabalhar com este Programa, ALFA E BETO que veio pronto e que foi elaborado por alguém que nem conhece a realidade destas crianças, e eu protagonizando com toda bagagem de conhecimento e teorias da aprendizagem, do desenvolvimento humano, etc. Está experiência está sendo muito cruel para mim. Ás vezes, me paro a pensar: - O que estou fazendo com essas crianças ? - Não foi nada disso que aprendi nem no curso de Magistério, e muito menos na graduação. Parece irônico!
O Método Fônico é um ensino que busca permitir à criança descobrir o princípio alfabético e, progressivamente, dominar o conhecimento ortográfico próprio de sua língua. Logo, o Método Fônico ensina, de forma explicita, a relação entre grafemas e fonemas, ( letras e sons).
Esta forma explicita se baseia em rimas, versos, cantigas de rodas, na elaboração de ruídos, sons emitidos por animais. Por exemplo: para fixar o som da letra “ E “ imitamos uma cabra que faz meeéé, para fixar a letra “O“ imitamos um galo que faz Co, có, có, e assim por diante, porém, nem todos os alunos conhecem a cabra, ou já viram um galo, . . Acredito que este é um ponto que deixa a desejar, pois uma “ensinagem” não significativa se torna vazia e acaba por desestimular, por mais artista que se tente ser. Paulo Freire em Pedagogia do Oprimido nos diz que devemos nos apropriar de uma metodologia pautada no universo do educando “o pensardos homens referido à realidade, seu atuar, sua práxis”, ou seja, buscar as riquezas existentes nas vivencias de mundo que cada sujeito traz consigo e não um mundo totalmente desconhecido, ou sem significado para o educando. Partindo destes conceitos procuro dentro do possível, introduzir alguma brincadeira diferente, algo que as crianças trazem, até porque eles são tão pequenos e precisam muito brincar, pois “A educação como prática de liberdade, ao contrário daquela que é prática de dominação, implica na negação do homem abstrato, isolado, solto, desligado no mundo, assim também, na negação do mundo como uma realidade ausente nos homens.” (Paulo Freire, Educação como prática da liberdade), porém lamentavelmente, nem sempre é possível, pois temos que dar conta do cronograma que tem regras, que nos são impostas e as quais temos que seguir. O que é uma lástima!



Reflexão semanal de 26 a 30 de abril ( terceira semana)

Durante esta semana foi tudo tranqüilo. As crianças participaram, estão começando a se entusiasmar um pouco mais, ou seja, percebo alegria e brilho no olhar, pois começaram, claro que nem todos na turma, mas a grande maioria está percebendo o som das letras e fazendo relação com a mesma nas palavras. As atividades do MCF ( Manual da Consciência Fonêmica desta semana trouxe atividades bem variadas, cantigas, rimas, trava línguas, . . . e assim as aulas se tornaram um pouco mais descontraídas, mais atrativas, o que tornou possível perceber um pequeno progresso na construção do processo da aprendizagem por parte deles. Ao contrário da semana anterior, onde em alguns momentos demonstravam desmotivação, desinteresse. Estamos estudando a consoante L e já estudamos as vogais, então, agora estamos criando, descobrindo palavras com a consoante e as vogais em estudo. Por exemplo: Lula, Lili, Lia, Lua, óleo, ele, alô, . . também construímos frases como: Lulu leu o livro de Lilo.
Faço comandos como: Levantar a mão quando o som de L estiver no começo da palavra, bater uma palma se o som de L estiver no meio da palavra, duas palmas se o som do L estiver no final da palavra, etc. O Método Fonético consiste em fazer e repetir, repetir e repetir. Às vezes penso que o mesmo tem sua base primeiramente na memorização, pois as palavras formadas não tem sentido para as crianças. Esta forma, ou metodologia é algo novo pra mim, eu desconhecia totalmente este método chamado Fônico, desta forma me sinto duas vezes estagiária. Tenho vivido momento de bastante insegurança em que questionamentos ao meu fazer pedagógico me invadem e me angustiam. Acredito que as programações do planejamento estão contemplando um pouco mais o envolvimento do aluno no fazer pedagógico, e o resultado ainda que pequeno, mas é possível perceber que ouve crescimento..


Reflexão semanal de 03 a 0 7 de maio (Quarta Semana)

Do contrário a semana anterior, esta que corresponde à semana quatro não foi tão proveitosa, ou seja, não tive tanto êxito quanto a semana anterior. As crianças estiveram em muitos períodos muito agitados, aconteceram momentos de conflitos, brigas entre eles. Ouve uma queda no interesse pela aprendizagem e participação em aula, voltou novamente à sede pelo brincar o tempo todo. Acredito que tenha sido em função da chuva, pois eles adoram brincar no pátio e com chuva isto não é possível, então aconteceu que, sem maior cerimônia, de vez em quando eles estavam brincando, até correndo, gritando durante a aula enfim, fazendo intervalo por conta próprio. Surgindo a necessidade de tendo, por várias vezes parar tudo, acalmá-los para depois então continuar. O que gerou, por minha parte, grande preocupação, pois introduzi a consoante M e os alunos mostraram - se indiferentes, sem disposição para o novo que vinha chegando. Desta forma ouve uma queda significativa no crescimento da aprendizagem. A Semana do Dia das Mães, acredito que também tenha sido um dos fatores para tanta inquietação, pois eles queriam muito fazer, criar algo para a mamãe, coisa que a Escola inteira estava fazendo, mas o Programa não contempla e nem dá espaço para tal, mas eu me vi com necessidade de criar por conta própria este espaço, e o fiz. E assim, na sexta feira ocupei o espaço em que deveríamos ter feito a atividade do livro de grafismo, a mesma ficou para ser realizada em casa. Este foi um combinado nosso, entre eu e eles, e confeccionamos cartões com mensagem colaborativa para a mamãe. Nossa foi uma euforia! Então, contemplando o vai e vem deles e a alegria de criar algo para a mãe me remeteu novamente às palavras de Paulo Freire , quando ele se refere ao mundo do sujeito, do indivíduo ser sujeito de suas ações. E mais uma vez me entristeci refletindo sobre este Programa, que traz tudo pronto. O mesmo foi criado por alguém que nem conhece a realidade, e muito menos os anseios dos educandos. Práticas pedagogias, que contemplariam estas esferas seriam reais horizontes promissores para uma aprendizagem significativa. Embora que, a Lição 4 tenha coincidido com a letra da mamãe, a letra M, não é o mesmo que trabalhar sobre a mãe, coisas que ela gosta , por exemplo, ou como é a mamãe, enfim. As aulas do Programa de Alfabetização Alfa e Beto seguem uma seqüência repetitiva, o que se torna cansativo. Na verdade esta forma de trabalhar é realmente a mera busca do reconhecimento dos fonemas e grafemas, e não a importância do mundo a nossa volta.


Reflexão Semanal de 10 a 14 de Maio ( Quinta semana )

Refletindo sobre a semana que transcorreu, me sinto mais feliz em relação a anterior. Para compreender os acontecimentos, digo, o comportamento em relação a aprendizagem dos alunos, fiz um paralelo comparando as duas últimas semanas. Desta forma, percebi que, o que ocorre é um desacomodar-se, quando o novo entra em cena para o aluno. Em função desse desequilíbrio que acontece quando o aluno é posto diante de um novo desafio, no primeiro momento ele responde ao desconhecido, que lhe é apresentado, com certa apatia ou então, com “indisciplina” agitação. Com o transcorrer das atividades sobre este “novo” acontece a assimilação e posteriormente volta novamente a acomodação. Conferi esse processo nestes três últimos dias de aula, quando estávamos nas últimas aulas da lição 4 que corresponde a consoante M. fiz essa relação comportamental, pois o mesmo ocorreu nos últimos dias da semana 3, quando estávamos então, concluindo o estudo da lição 3 correspondente a consoante L.
O método fônico é basicamente repetição, exige que o aluno tenha disciplina e muita concentração, o que vem sendo uma dificuldade em muitos momentos da aula, principalmente como citado anteriormente, quando estou na introdução da letra nova. Tenho percebido que eles sentem certo desinteresse no inicio da nova lição, e com o passar das aulas, esse comportamento de apatia vai diminuindo, se desestabilizando, eles vão se familiarizando com o fonema e igualmente com o grafema em estudo e com isso, as aulas vão ficando mais gostosas, mais produtivas contemplando a aprendizagem. Nesta semana concluímos as aulas sobre a letra M, e para minha surpresa uma aluna leu um textinho, que conclui a lição do livro, para a turma sem eu precisar auxiliar. Foi uma euforia, comemoraram, ficaram muito felizes com a colega. Porém, logo aproveitei o momento e comentei que todos conseguirão ler, assim como a colega. Mas, para isso é preciso compreender a correspondência existente entre o som e a letra, e que algumas pessoas necessitam de um tempo maior do que outras. Por isso, temos que nos esforçar e ao mesmo tempo respeitar o colega, que está demorando um pouco mais, pois todos juntos estamos aprendendo a cada dia. ( fiz essas colocações para a turma, pois percebi alguns olhinhos tristes me dizendo que estavam apavorados, que ainda não estavam conseguindo ler como a colega).
Portanto, estou igualmente me preparando psicologicamente para a próxima semana, pois certamente será bem agitada e provavelmente acontecerá nova desacomodação, pois segundo palavras da professora Jaqueline Picette, durante a interdisciplina de Alfabetização, “irei tirar os moveis do lugar, ou seja, vou trocar todos os móveis de lugar”, digo, apresentarei uma nova letrinha a eles, a letra N, que corresponde a lição 5 do Programa. Então, certamente ocorrerá o desequilíbrio novamente, fator necessário para que ocorra a aprendizagem. É isso!


Reflexão da semana do dia 17 a 21 / 05 ( Sexta Semana)

Esta semana não foi muito boa, acredito que a chuva contribuiu para tal, pois as crianças estavam muito agitadas. O tempo chuvoso e úmido há quase duas semanas, não possibilitou a ida ao pátio da escola para brincar, correr, gastar um pouco da imensidão de energia que possuem. As aulas do Programa referentes a consoante N dessa semana , também não estavam muito atrativas, isto fez com que as crianças demonstrassem desinteresse em alguns momentos e fazendo com que tudo se transformasse em brincadeira , ou confusão. A formação de “bolinhos” ou “grupos” de conversa paralela, passeios pela sala, eram freqüentes durante a aula, até puxão de cabelo entre eles aconteceu. Outro fator que também contribuiu para este comportamento apático à aprendizagem foi a intensa movimentação na escola devido à organização da festividade, alusiva ao Dia das Mães e a escolha do garoto (a) e Broto (a) Januário Corrêa transcorrida ontem, sábado dia 22/05.
Como os alunos são novos na escola, vindos de escolinhas de Educação Infantil, qualquer alteração na rotina da escola ou da aula é o suficiente para sentirem-se inseguros e agitados. Era criança chorando, outras conversando muito, sem o mínimo de vontade de realizar ou participar na execução das tarefas. Na quarta - feira, dia 19/05 percebi que estavam estressados demais para que a aprendizagem fosse acontecer, e resolvi levá-los ao pátio. Embora sabendo que o mesmo estava úmido, o fiz. O chuvisqueiro tinha dado uma trégua, coisa que as crianças mais fazem é olhar pela janela observando se está ou não chovendo. Porém foi só o tempo de chegar aos brinquedos, quando dois meninos saíram correndo a minha frente, sem dar ouvidos as minhas solicitações de que não corressem, mas continuaram e acabaram por sofrer uma queda, após chocarem - se, aí então obtive o resultado: Um dos meninos com a clavícula fraturada.
Refletindo sobre o saldo das aulas, decidi então seguir as orientações dos meus supervisores, embora não poderia, pois o Programa de Alfabetização, Alfa e Beto, não permite qualquer alteração, porque não pode-se correr o risco de não dar conta do programado dentro do tempo determinado por ele. Mas de que adiantaria ou qual contribuição para a aprendizagem, àquela situação de “indisciplina”, somaria?
Foi então, que busquei trabalhar Mapa Conceitual, antes, porém fiz a alteração necessária no planejamento de sexta feira, dia 21/05. Substitui os exercícios do Manual da Consciência Fonêmica: Exercícios 9 e 10. Porém, este tempo não foi suficiente. Foi preciso também, ocupar o espaço de tempo reservado para a realização das atividades do livro Aprender a Ler – Bloco Correto: Exercícios 23 a 25 e, ainda a Aula 14 de Ciências , porque as crianças levaram muito tempo para fazer as ilustrações da seqüência da “história”- Parlenda. No principio, os alunos ficaram aflitos com a proposta, pois eles tinham que prestar atenção compreender e interpretar para realizar o mapa conceitual. Pedi que realizassem as ilustrações conforme os acontecimentos e seqüência. Depois pedi que me contasse a história na ordem e fizessem as ligações entre os acontecimentos. Foi bastante construtivo, porque desfiou os alunos e deu também para perceber o quanto essa forma de alfabetizar, com tudo pronto, deixa o aluno bloqueado para a criatividade.

Reflexão da semana do dia 24 a 28 / 05 ( Sétima Semana)

Durante esta semana aconteceram momentos muito bons. Acredito que o “despertar” de um aluno para a descoberta da leitura é simplesmente maravilhoso. Fiquei muito feliz quando ao perceber, que antes havia uma aluna na turma lendo e agora, têm mais quatro começando a ler pequenas palavras. Estes estão a um passo da descoberta da leitura. Eles estão muito felizes e querem ler o tempo todo. Não existe sabor mais gostoso do que contemplar o brilho no olhar de uma criança nos dizendo: - Eu estou conseguindo! – Eu estou lendo!
Conhecer um objeto é agir sobre e transforma – lo, apreendendo os mecanismos dessa transformação vinculados com as ações transformadoras. Conhecer é, pois, assimilar o real às estruturas de transformações, e são as estruturas elaboradas pela inteligência enquanto prolongamento direto da ação. (Piaget, 1970a, p.30)
Os acontecimentos desta semana, relacionados à aquisição do conhecimento por parte dos educandos, me remetem aos ensinamentos de Piaget , quando ele admite , pelo menos, duas fases:
Fase exógena: é a fase da constatação, da cópia, da repetição. Fase em que a grande maioria da turma ainda se encontra, porém está prestes a sair dela.
Fase endógena: fase da compreensão das relações, das combinações. Esta fase pressupõe uma abstração, segundo o autor podendo ser reflexiva ou empírica. A abstração empírica retira as informações do próprio objeto, enquanto que a reflexiva só é possível graças às operações, ou melhor, das coordenações das ações. Isto é, a partir das próprias atividades, ações do sujeito. Logo, percebo que meus alunos estão começando a realizar abstrações que implicam reflexão para constituir uma reorganização mental, e assim, por conseqüência deste processo de equilibração, as estruturas mentais vão se organizando, se reorganizando, para a construção do conhecimento, da aquisição da aprendizagem.
Creio que posso começar a pensar que estou prestes a alcançar os meus objetivos do estágio:


Reflexão da semana do dia 31/05 a 04/06 ( oitava semana)

Conforme o planejamento, esta semana foi de revisão das Lições já estudas. Estas lições envolvem as vogais e os fonemas L, M, e N em seu conteúdo. Além da retomada das atividades do livro, ainda criei algumas atividades, do tipo autoditado, onde nas lacunas os alunos tinham que identificar o fonema e escrever o grafema faltante para formar a palavra, o nome da figura. Foi bem interessante, porque para alguns foi um desafio, para outros nem tanto, pois já estão reconhecendo os grafemas dos fonemas sem maiores dificuldades.
Percebi com estas atividades de revisão, como a criança processa com certa rapidez a construção da aprendizagem, porque foram poucos que solicitaram minha presença e ajuda para a realização das mesmas. Eu não me sinto “feliz” por estar trabalhando desta forma, isto, por ser algo bem distante, bem “fora” da forma, ou metodologia que eu sempre trabalhei, e gosto de trabalhar. Às vezes me pergunto: Será que está realmente acontecendo a apropriação das aprendizagens? Ou estão meramente memorizando? Tenho momentos de incerteza, porque este método é praticamente na base da repetição. As atividades, ou exercícios que o Programa traz, seguem praticamente sempre a mesma ordem, muda a lição, porém a seqüência dos exercícios segue a mesma.
Para quebrar um pouco a rotina, abri um pequeno “parêntese” no planejamento e busquei trabalhar um pouco mais o texto Nome ou Apelido. Além das atividades programadas, eu oportunizei um espaço para reflexão sobre “apelidos bons” e “apelidos que chateiam”. Fizemos uma pesquisa com os familiares, à mesma foi dada como dever de casa. Na aula seguinte listamos os apelidos no quadro de giz. Depois fizemos a leitura e conversamos sobre os sentimentos que cada um destes apelidos pode causar as pessoas. Podendo estes ser bons ou ruins e que conseqüências negativas um apelido pode acarretar, caso a pessoa não goste do apelido, da mesma forma quais conseqüências positivas um apelido pode trazer para o sujeito caso ele goste de seu apelido.
Culminamos este estudo confeccionando placas, com os apelidos buscados na pesquisa e os expomos na sala.
Embora esta atividade tenha dado alguns desentendimentos entre os alunos, foi bem valiosa, porque eles concluíram que dar apelido ruim aos colegas, realmente, não é uma atitude correta, porque podemos magoar o colega, e que todos têm um nome na certidão de nascimento, quando ao nascer, os pais o escolheram, e por este nome é que devemos chamá-los.
Foi notável o envolvimento dos alunos durante esta atividade sobre apelidos. Eles adoraram, envolveu valores e é algo que diz respeito do “mundo” deles.
As minhas observações durante a realização desta atividade sobre os apelidos me remetem às palavras de Maria da Graça Nicoletti Mizukami, em sua obra, Ensino: As abordagens do processo, 1986, p. 82. Segundo a autora, O método deve procurar estabelecer relações entre os diferentes ramos do saber e não reduzir formalmente o conhecimento a matérias de ensino. O trabalho deve ser apresentado a partir de situações que gerem investigação por parte do aluno.
Foi exatamente este aprendizado que vivenciei ao trabalhar sobre apelidos com meus alunos, pois os apelidos era algo, que vinha gerando conflitos freqüentes entre os alunos. Desta forma, eles investigando, coletando dados e informações junto a seus familiares, isto fez com que se percebessem envolvidos pelo tema, pois é um assunto que diz respeito a eles. Além de trabalhar valores, também trabalhamos a escrita e a leitura destas palavras/apelidos. Foram momentos valiosos, os acrescentei ao planejamento por julgar necessário e o momento oportuno.
Em resumo, o princípio fundamental dos métodos ativos não seria mais do que a orientação no sentido de se inspirar na história das ciências, o qual pode ser expresso da seguinte forma: compreender é descobrir, ou reconstruir pela redescoberta e será necessário submeter-se a esses princípios se se quiser, no futuro, educar indivíduos capazes de produção ou de criação e não apenas de repetição. (Piaget, 1974h, p. 21) Pensemos nisso!


Reflexão da semana do dia 07 a 11 / 06 ( nona Semana)

Refletindo sobre meu estágio meu pensamento e minhas concepções sobre as construções dos saberes vão de encontro às palavras de Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia"É o meu bom senso que me adverte de que exercer a minha autoridade de professor na classe, tomando decisões, orientando atividades, estabelecendo tarefas, cobrando a produção individual e coletiva do grupo não é sinal de autoritarismo de minha parte. É a minha autoridade cumprindo o seu dever" (Freire.1998, p. 68). Em outras palavras, no desenvolver de suas práticas pedagógicas, a presença do professor como orientar, é muito importante para dar andamento ao processo de ensinar e aprender e durante esta construção conduzir os alunos de forma que os mesmos possam de forma autônoma chegar às suas conclusões, estabelecendo hipóteses, certezas e incertezas para chegar ao produto final, sua aprendizagem.
Durante meu estágio, inicialmente, senti-me um pouco sem essa autonomia, pois temia em função do Programa de Alfabetização, porque acreditava que deveria segui-lo sem nenhuma alteração, pois o mesmo venho até mim pela Secretaria de Educação do Estado e sendo um Programa fechado, com instruções de que deveria ser aplicado em sua íntegra, tal quais suas instruções. Mas minha angústia foi grande, percebia que a cada aula, eu estava mutilando meus princípios como educadora. E pior do que isto é ver a curiosidade, a imaginação que as crianças têm aos seis anos de idade, e eu ali, simplesmente repetindo tudo aquilo que o Manual de orientações do Programa instruía a fazer. Isto na primeira semana foi muito cruel. Meu senso crítico me cobrava, trazendo à minha consciência, a autoridade de professor cumprindo o seu dever, e me questionava a todo o momento. Se continuasse o meu fazer pedagógico daquela forma, onde então estariam as arquiteturas pedagógicas? As construções dos alunos? Entendia que estava simplesmente repetindo algo, que alguém criou para alunos, que este alguém, o autor do Programa, desconhecia e negando a realidade, o mundo, as necessidades destes sujeitos. Sentia-me realmente muito mal comigo mesma, e refletindo sobre aquelas aulas “mecanizadas”, busquei enriquecê-las, com o auxílio das orientações dos meus professores orientadores da graduação. Então busquei, dentro das propostas do programa, propor metodologias de forma mais envolventes, fazeres em que os alunos se tornavam agentes de suas construções e eu tomei a postura de uma orientadora, e não mais aquela postura de professor que tem o sabedoria e que tem a missão de depositá-la no individuo que está vazio de saberes. Por exemplo: O livro do Aluno, do Programa, trouxe uma história chamada: Chapeuzinho vermelho de raiva. Esta história fala de uma Chapeuzinho e de uma Vovó moderna, que escuta música de Rok, anda de motocicleta, ambas vivem na cidade e o lobo não existe mais. Fiz provocações aos alunos questionando – os sobre o que poderia ter acontecido com o lobo, o porquê de ele não estar na história, o que poderia ter acontecido com a floresta, qual seria a idade da Chapeuzinho etc. Foi incrivelmente maravilhosa esta atividade, os alunos trouxeram várias hipóteses sobre o que poderia ter acontecido, sobre quais os motivos da história já não ser mais a mesma. Entre elas, o desmatamento, a urbanização e os meios de comunicação foi os que mais me chamaram a atenção. A nossa criança de hoje traz todo um conhecimento, uma leitura de mundo, de vivencias que não podemos ignorar, e sim trazê-las para dentro da sala de aula, e entendê-las como suporte para a construção do processo de aprendizagem. Propondo diferentes atividades, a partir das propostas do programa, que incentivavam os alunos a irem em busca de respostas e de tentar resolver suas dúvidas através de seus conflitos e da troca com os outros colegas, me identifico com a postura que Paulo Freire fala, de professor mediador, orientador.
Durante minhas ensinagens busquei promover o diálogo, diversificando as atividades e tendo como principal objetivo, atender o interesse do educando, também, sob a luz dos ensinamentos de Fernández que nos diz: “Para aprender, necessitam-se dois personagens (ensinante e aprendente) e um vínculo que se estabelece entre ambos. (...) Não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar” (Fernández, 1991, p. 47 e 52). Assim concluo meu estágio, com a certeza de que contribui, para com o processo de construção do conhecimento, de cada sujeito inserido na turma. Talvez, tenha atingido alguns mais, outros menos, mas de uma ou de outra forma, ouve o crescimento. O que me traz muita satisfação e com a sensação de estar cumprindo com meu dever, pois eles serão meus alunos até o final do ano letivo e continuarei desenvolvendo a autonomia sendo uma professora orientadora, mediadora no processo da aquisição da aprendizagem dos meus alunos.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Autonomia + autoridade = Professor orientador, mediador

Refletindo sobre meu estágio, logo o meu pensamento e minhas concepções, sobre as construções dos saberes, vão de encontro às palavras de Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia" É o meu bom senso que me adverte de que exercer a minha autoridade de professor na classe, tomando decisões, orientando atividades, estabelecendo tarefas, cobrando a produção individual e coletiva do grupo não é sinal de autoritarismo de minha parte. É a minha autoridade cumprindo o seu dever" (Freire.1998, p. 68). Em outras palavras, no desenvolver de suas práticas pedagógicas, a presença do professor como orientar, é muito importante para dar andamento ao processo de ensinar e aprender e durante esta construção conduzir os alunos de forma que os mesmos possam de forma autônoma chegar às suas conclusões, estabelecendo hipóteses, certezas e incertezas para chegar ao produto final, sua aprendizagem.
Durante meu estágio, inicialmente, senti-me um pouco sem essa autonomia, pois temia em função do Programa de Alfabetização, porque acreditava que deveria segui-lo sem nenhuma alteração, pois o mesmo venho até mim pela Secretaria de Educação do Estado e sendo um Programa fechado, com instruções de que deveria ser aplicado em sua íntegra, tal quais suas instruções. Mas minha angústia foi grande, percebia que a cada aula, eu estava mutilando meus princípios como educadora. E pior do que isto é ver a curiosidade, a imaginação que as crianças têm aos seis anos de idade, e eu ali, simplesmente repetindo tudo aquilo que o Manual de orientações do Programa instruía a fazer. Isto na primeira semana foi muito cruel. Meu senso crítico me cobrava, trazendo à minha consciência, a autoridade de professor cumprindo o seu dever, e me questionava a todo o momento. Se continuasse o meu fazer pedagógico daquela forma, onde então estariam as arquiteturas pedagógicas? As construções dos alunos? Entendia que estava simplesmente repetindo algo, que alguém criou para alunos, que este alguém, o autor do Programa, desconhecia e negando a realidade, o mundo, as necessidades destes sujeitos. Sentia-me realmente muito mal comigo mesma, e refletindo sobre aquelas aulas “mecanizadas”, busquei enriquecê-las, com o auxílio das orientações dos meus professores orientadores da graduação. Então busquei, dentro das propostas do programa, propor metodologias de forma mais envolventes, fazeres em que os alunos se tornavam agentes de suas construções e eu tomei a postura de uma orientadora, e não mais aquela postura de professor que tem o sabedoria e que tem a missão de depositá-la no individuo que está vazio de saberes. Por exemplo: O livro do Aluno, do Programa, trouxe uma história chamada: Chapeuzinho vermelho de raiva. Esta história fala de uma Chapeuzinho e de uma Vovó moderna, que escuta música de Rok, anda de motocicleta, ambas vivem na cidade e o lobo não existe mais. Fiz provocações aos alunos questionando – os sobre o que poderia ter acontecido com o lobo, o porquê de ele não estar na história, o que poderia ter acontecido com a floresta, qual seria a idade da Chapeuzinho etc. Foi incrivelmente maravilhosa esta atividade, os alunos trouxeram várias hipóteses sobre o que poderia ter acontecido, sobre quais os motivos da história já não ser mais a mesma. Entre elas, o desmatamento, a urbanização e os meios de comunicação foi os que mais me chamaram a atenção. A nossa criança de hoje traz todo um conhecimento, uma leitura de mundo, de vivencias que não podemos ignorar, e sim trazê-las para dentro da sala de aula, e entendê-las como suporte para a construção do processo de aprendizagem. Propondo diferentes atividades, a partir das propostas do programa, que incentivavam os alunos a irem em busca de respostas e de tentar resolver suas dúvidas através de seus conflitos e da troca com os outros colegas, me identifico com a postura que Paulo Freire fala, de professor mediador, orientador.
Durante minhas ensinagens busquei promover o diálogo, diversificando as atividades e tendo como principal objetivo, atender o interesse do educando, também, sob a luz dos ensinamentos de Fernández que nos diz: “Para aprender, necessitam-se dois personagens (ensinante e aprendente) e um vínculo que se estabelece entre ambos. (...) Não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar” (Fernández, 1991, p. 47 e 52). Assim concluo meu estágio, com a certeza de que contribui, para com o processo de construção do conhecimento, de cada sujeito inserido na turma. Talvez, tenha atingido alguns mais, outros menos, mas de uma ou de outra forma, ouve o crescimento. O que me traz muita satisfação e com a sensação de estar cumprindo com meu dever, pois eles serão meus alunos até o final do ano letivo e continuarei desenvolvendo a autonomia exercendo a autoridade sendo uma professora orientadora, mediadora no processo da aquisição da aprendizagem dos meus alunos.
Abaixo estão imagens de desenhos dos alunos sobre a História. Antes porém, de construímos o cartaz, cada aluno contou a versão da sua história para o grande grupo.



sexta-feira, 18 de junho de 2010

Finalizando Conclusões

Agora já concluindo o estágio, me ponho a refletir sobre esta caminhada. Caminhada em que os saberes se encontraram, entrelaçaram, foram e voltaram, como se fossem uma brisa que vinha nos visitar batendo levemente em nossa pele e fazendo-se perceber, e ao mesmo tempo nos remetendo ao sabor do retorno, daquilo que buscamos com afinco e amor.
Ao iniciar o estágio, eu sabia de antemão de que não seria um aprendizado fácil. Tinha consciência de que poderia encontrar dificuldades, até porque tudo que é novo resulta em certa ansiedade. Mas este estágio foi uma experiência ainda maior para minha aprendizagem, para minha qualificação de educadora, pois tinha que desenvolvê-lo dentro de um Programa de Alfabetização, um programa fechado, engessado digamos assim. Inicialmente confesso, fiquei assustada com o novo que estava diante de mim e ainda a ser desenvolvido num período de estágio supervisionado na graduação.
Logo, esta minha reflexão vem a ser ilustrada pelas palavras de Paulo Freire, em Pedagogia da Autonomia que nos dizem: “A responsabilidade do professor, de que às vezes não nos damos conta, é sempre grande. A natureza mesma de sua prática eminentemente formadora, sublinha a maneira de como o realiza”. (1996, p.65)
Para minha concepção, acreditava ser impossível ter sucesso com aquelas “ensinagens”, ou aquela forma de trabalhar, metodologia, que todo aquele mundo de material, oferecido pelo Programa, livros e mais livros, ao todo seis exemplares, para os alunos manipularem. Imaginem crianças aos seis anos de idade dar conta de seis livros!
E também, um mundo de livros para eu ler e me preparar para dar aula. Este material é uma espécie de guias orientadores, com cronogramas, instruções etc.
Mas infelizmente todo este material, não contempla o contexto, as vivencias, o conhecimento empírico que o aluno, ao chegar à escola, traz consigo. Esta bagagem é totalmente ignorada pelo programa. Analisei muito, busquei me inteirar nele, e conclui que principalmente, com os ensinamentos de Paulo Freire e Jean Piaget somados e entrelaçados com a proposta do Programa poderia aprimorar minhas práticas pedagógicas. E assim, aos poucos fui visualizando novas possibilidades, junto às orientações dos professores orientadores de estágio, tanto que as últimas aulas estavam sendo maravilhosas.
Vivemos momentos prazerosos e de construção significativa de saberes. Isto passou a ocorrer quando me senti com mais autonomia, no sentido de contemplar as minhas práticas de modo que envolvessem os alunos fazendo com que estes se percebessem agentes de suas construções, colocando-os dentro do contexto das ações. Por exemplo: A questão dos apelidos entre os alunos era uma constante. Em uma das lições do Programa referente ao fonema N, havia um texto sobre este tema. O texto tratava de um menino que se chamava Manuel, mas todos o chamava de Mané, e ele ficava muito triste por não gostar do apelido que lhe deram. A partir deste gancho trabalhamos os apelidos da turma. Fizemos levantamento sobre os apelidos entre todos os alunos da Escola, através de uma entrevista. Construímos um gráfico sobre os apelidos bons e ruins encontrados na colete de dados, confeccionamos placas sobre estes apelidos e elaboramos um texto colaborativo sobre o assunto. , etc. Estas como outras, foram aprendizagens significativas pelo fato do tema fazer parte do mundo dos alunos.
Durante o desenvolvimento do projeto, as crianças despertaram para a leitura parecendo pipocas estourando na panela. Que felicidade que os olhinhos daquelas “criaturinhas” demonstravam a cada nova palavra que descobriam.
Com essa aprendizagem reforço a responsabilidade do professor, da qual Freire fala e que, às vezes, não nos damos conta de sua dimensão e acabamos por pecar com nossa prática enfadonha, que afasta o educando da construção do processo de suas aprendizagens e, ainda acreditamos que estamos ensinando algo a ele.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Aprendizagem e Contexto

Hoje sete de junho, recebemos a visita da professora da UFRGS orientadora do Estágio, professora Lisiane. Estávamos estudando palavras com som nasal, quando a professora orientadora chegou. Os alunos ficaram muito felizes, pois é uma turma muito carismática para com todas as pessoas, o carisma é uma característica de toda turma. Em minha reflexão da semana anterior eu dizia ter vivido momentos muito bons, de grande satisfação, porque descobrira que em minha turminha de alfabetização do 1º ano, havia um grupo de alunos, bem significativo, já decodificando palavras. Ou seja, reconhecendo o som de cada fonema e já começando a fazer a ligação entre o fonema e o grafema. E assim culminando na leitura de palavras simples que o Programa traz, como por exemplo: Leila, Lua Mel, Mala, Lama, Neve, Nele, Neném, Nó etc. Mas hoje, estou mais feliz ainda, pois agora tem mais crianças nesta fase, que segundo Piaget, como já havia citado na semana anterior, chama de Fase endógena, pois estas crianças já não estão mais somente na fase da constatação e sim estão na fase da compreensão das relações, das combinações. Poço afirmar isto e evidenciar da mesma forma, através de algumas palavras “construídas” Isto é, ditas e escritas no quadro de giz com o auxilio da turma. Entre as palavras estão: AMBICIOSO - EMBALAGEM – IMPORTANTE - OMBRO – UMBIGO, . . . Após a escrita destas palavras, no quadro, fizemos a leitura oral destas por várias vezes. Porém, durante esta repetição de leitura, uma aluninha dizia ter descoberto outras palavrinhas dentro destas palavras que havíamos escrito no quadro. Pedi a ela que viesse até o quadro e nos mostrasse a sua descoberta. Para nossa surpresa, ela leu a palavra “BICI” dentro da palavra ambicioso, Que para ela significava BICICLETA, leu BALA dentro da palavra embalagem, leu PORTA dentro da palavra importante, . . . È muito lindo e uma enorme satisfação ver uma criança “desabrochar” para o processo da aprendizagem.
Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua prória produção ou a sua construção, Paulo Freire em Pedagogia da Autonomia, (2003, p. 47)
Estas palavras de Freire ilustram as observações em meu fazer pedagógico, neste momento aponto a atividade anteriormente descrita, pois aquelas palavras, embora sendo mais complexas em relação às palavras que o livro apresenta na lição em estudo, naquele momento foram umas espécies de “isca” e funcionaram como tal. Logo, pois, posso atribuir este Clic, que a aluna teve ao significado que estas palavras representam para ela. Aquele momento foi valioso, também para a minha aprendizagem, pois pude constatar o quanto é rico trabalharmos saberes com significado com nossos alunos, alem de contemplar a construção do conhecimento, a aula fica com mais sabor, mais descontraída, permite que se possa viajar no pensamento, na imaginação, na criatividade, pois naquele momento, em que a aluna aponto sua descoberta de novas palavras dentro das palavras, foi uma alegria geral para toda a turma , pois todos ficaram muito intrigados e se perguntando como poderiam aquelas palavras estarem dentro de outra palavra. È muito bacana vivenciar uma observação construtiva à aquisição do saber como essa.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quase chegando lá !

Durante esta semana aconteceram momentos muito bons. Acredito que o “despertar” de um aluno para a descoberta da leitura é simplesmente maravilhoso. Fiquei muito feliz quando ao perceber que, antes havia uma aluna na turma lendo e agora, têm mais quatro começando a ler pequenas palavras. Estes estão a um passo da descoberta da leitura. Eles estão muito felizes e querem ler o tempo todo. Não existe sabor mais gostoso do que contemplar o brilho no olhar de uma criança nos dizendo: - Eu estou conseguindo! – Eu estou lendo!
Conhecer um objeto é agir sobre e transforma – lo, apreendendo os mecanismos dessa transformação vinculados com as ações transformadoras. Conhecer é, pois, assimilar o real às estruturas de transformações, e são as estruturas elaboradas pela inteligência enquanto prolongamento direto da ação. (Piaget, 1970a, p.30)
Os acontecimentos desta semana, relacionados à aquisição do conhecimento por parte dos educandos, me remetem aos ensinamentos de Piaget , quando ele admite , pelo menos, duas fases:
Fase exógena: é a fase da constatação, da cópia, da repetição. Fase em que a grande maioria da turma ainda se encontra, porém está prestes a sair dela.
Fase endógena: fase da compreensão das relações, das combinações. Esta fase pressupõe uma abstração, segundo o autor podendo ser reflexiva ou empírica. A abstração empírica retira as informações do próprio objeto, enquanto que a reflexiva só é possível graças às operações, ou melhor, das coordenações das ações. Isto é, a partir das próprias atividades, ações do sujeito. Logo, percebo que meus alunos estão começando a realizar abstrações que implicam reflexão para constituir uma reorganização mental, e assim, por conseqüência deste processo de equilibração, as estruturas mentais estão se organizando e se reorganizando, para a assimilação, para a construção do conhecimento, da aquisição da aprendizagem.
Creio que posso começar a pensar que estou a alcançar os meus objetivos do estágio:

MEUS ALUNOS DURANTE A REALIZAÇÃO DE UMA ATIVIDADE,TENDO O OBJETIVO DO ALUNO SER CAPAZ DE IDENTIFICAR OS FONEMAS E GRAFEMAS NAS PALAVRAS DITAS POR MIM.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Aprendizagens Significativas

Meu estágio está transcorrendo sem maiores problemas. Porém tem momentos em que sinto um desconforto interior referente às minhas práticas pedagógicas. Às vezes tenho a sensação de que estou cometendo uma violência, por não estar “considerando” o conhecimento prévio que as crianças trazem consigo para a Escola, porque em alguns planejamentos isto se torna impossível, pois são prontos e não é possível a flexibilidade para alguma alteração.
Leio e releio buscando “memorizar” as práticas pedagógicas do dia seguinte. Digo memorizando porque minha tarefa é reproduzir exatamente o planejamento, conforme os manuais do Programa trazem. Desenvolver essa prática que eu não criei que na maioria das vezes não condiz com a realidade e necessidade das crianças é pra mim, algo que não está sendo muito fácil.
Como podemos criar, planejar uma aula e saber se ela realmente contempla a necessidade, a realidade, o contexto deste aluno sem conhece – lo?
Este método exige que o aluno seja disciplinado e que tenha banido dos seus desejos, o desejo de brincar. Espaço para a recreação? Nem pensar! È preciso dar conta do programa, do contrário, corre-se o risco de o aluno não apropriar- se deste conhecimento que lhe é apresentado através deste método, chamado Metafônico, que este Programa de Alfabetização traz . Esta situação me remete às palavras de Carlos Drummond Andrade, quando diz: "Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."
Nestes últimos dias, as crianças estão muito agitadas e apáticas para o aprendizado. O tempo chuvoso e úmido há quase duas semanas, não possibilitou a ida delas ao pátio da escola para brincar, correr, gastar um pouco da imensidão de energia que elas possuem. Embora não tendo este “direito”, quando estão inquietos demais, os levo por dez a quinze minutos para o pátio. Por isso, acredito que a falta de brincar, correr tenha sido outro fator, que também contribuiu para o comportamento anteriormente descrito à aprendizagem, foi a intensa movimentação na escola devido à organização da festividade, alusiva ao Dia das Mães e a escolha do garoto (a) e Broto (a) Januário Corrêa transcorrida ontem, sábado dia 22/05.
Na turma todos os alunos são novos na escola, vindos de Escolas de Educação Infantil, qualquer alteração na rotina da escola ou da aula é o suficiente para sentirem-se inseguros e agitados. Na maioria do tempo, enquanto transcorre a aula, eles têm como o desejo maior da turma, o brincar.
Refletindo sobre o saldo das aulas, decidi então seguir as orientações dos meus supervisores, embora não poderia, pois este Programa de Alfabetização, Alfa e Beto, não permite qualquer alteração, porque não pode - se correr o risco de não dar conta do programado dentro do tempo determinado por ele. Mas de que adiantaria ou qual contribuição para a aprendizagem, àquela situação de “indisciplina”, somaria?
Foi então, que busquei trabalhar Mapa Conceitual, antes, porém fiz a alteração necessária no planejamento de sexta feira, dia 21/05. Substitui os exercícios do Manual da Consciência Fonêmica: Exercícios 9 e 10. Porém, este tempo não foi suficiente. Foi preciso também, ocupar o espaço de tempo reservado para a realização das atividades do livro Aprender a Ler – Bloco Correto: Exercícios 23 a 25 e, ainda a Aula 14 de Ciências , porque as crianças levaram muito tempo para fazer as ilustrações da seqüência da “história”- Parlenda. No principio, os alunos ficaram aflitos com a proposta, pois eles tinham que prestar atenção compreender e interpretar para realizar o mapa conceitual. Pedi que realizassem as ilustrações conforme os acontecimentos e seqüência. Depois pedi que me contassem a história na ordem e fizessem as ligações entre os acontecimentos. Foi bastante construtivo, porque desafiou os alunos e foi possível perceber o quanto essa forma de alfabetizar, com tudo pronto, deixa o aluno bloqueado para a criatividade.
Tenho observado durante estas últimas aulas, que as crianças tem mais facilidade de ler ( lêem com alegria e empolgação) as palavras citadas por eles e tendo a participação deles na escrita destas palavras na lousa. É notório que as crianças têm mais facilidade de ler, diferente das palavras que o programa traz. È a questão do partir do próprio aluno.

Exemplo: palavras criadas pela turma:
navio - banana - danado - caniço - Neide - Renata - nata - natureza - nada -

São palavras que trouxeram algum significado para eles.

Palavras do programa

Nini - numa - nenê - nulo- neli - nunu

São palavras vazias de significado, logo não acontece o esperado.


Imagem do MC da Parlenda: A galinha Pintadinha da aluna Eduarda ( atividade realizada na sexta - feira)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Apropriação de Novas Aprendizagens

Durante esta semana de estágio aconteceram momentos muito bons, tanto eu quanto os alunos tivemos momentos de aprendizagem significativa, acontecendo a apropriação do conhecimento para ambos, diferente da semana anterior em que as crianças mostravam – se apáticas referente ao o que estava – lhes sendo proposto. Situações ocorridas, tais como conversas intensas, atritos em eles e outras situações de indisciplina que em determinados momentos inviabilizavam a aprendizagem, que me deixaram bem aflita. Para compreender os acontecimentos, os momentos conflitantes e o comportamento apático, em alguns momentos, em relação a aprendizagem dos alunos, fiz um paralelo comparando as duas últimas semanas. Para a compreensão deste comportamento e estágio da aprendizagem, busquei luz nos estudos da epistemologia da aprendizagem e do conhecimento humano, os mesmos referenciam as práticas investigativas e educacionais e evidenciam a aprendizagem como um processo de produção de conhecimento e também, de investigação.
“Epistemologia é a teoria do conhecimento valida e, mesmo que esse conhecimento não seja já mais um estado e constitua sempre um processo, e esse processo, é essencialmente a passagem de uma validade menor para uma validade superior”. (Piaget, 1978, p.14)
Partindo deste principio percebi que acontece um desacomodar-se, quando o novo entra em cena para o aluno. Em função desse desequilíbrio, o aluno é posto diante de um novo desafio, no primeiro momento ele responde ao desconhecido que lhe é apresentado com certa apatia ou então, com “indisciplina” agitação. Com o transcorrer das atividades sobre este “novo” acorre a assimilação e posteriormente volta novamente a acomodação. Conferi esse processo nestes três últimos dias de aula, quando estávamos nas últimas aulas da lição 4. Lição correspondente a consoante M. Fiz essa relação comportamental, pois o mesmo ocorreu nos últimos dias da semana 3, quando estávamos então, concluindo o estudo da lição 3 correspondente a consoante L.
O método fônico é basicamente repetição, exige que o aluno tenha disciplina e muita concentração, o que vem sendo uma dificuldade em muitos momentos da aula, principalmente como citado anteriormente, quando estou na introdução da letra nova. Tenho percebido que eles sentem certo desinteresse no inicio da nova lição, e com o passar das aulas, esse comportamento de apatia vai diminuindo, se desestabilizando, eles vão se familiarizando com o fonema e igualmente com o grafema em estudo e, com isso, as aulas vão ficando mais gostosas, mais produtivas contemplando a aprendizagem. Nesta semana concluímos as aulas sobre a letra M, e para minha surpresa uma aluna leu um textinho, que culmina a lição 4 do livro para a turma, sem eu precisar auxiliar. Foi uma euforia, comemoraram, ficaram muito felizes com a colega. Porém, logo aproveitei o momento e comentei que todos conseguirão ler, assim como a colega. Mas para isso, é preciso compreender a correspondência existente entre o som e a letra, e que algumas pessoas necessitam de um tempo maior do que outras. Por isso, temos que nos esforçar e ao mesmo tempo respeitar o colega, que está demorando um pouco mais, pois todos juntos estamos aprendendo a cada dia. ( fiz essas colocações para a turma, pois percebi alguns olhinhos tristes me dizendo que estavam apavorados, que ainda não estavam conseguindo ler como a colega).
Portanto, estou igualmente me preparando psicologicamente para a próxima semana, pois certamente será bem agitada e provavelmente acontecerá nova desacomodação, pois segundo palavras da professora Jaqueline Picette, durante a interdisciplina de Alfabetização, “irei tirar os moveis do lugar, ou seja, vou trocar todos os móveis de lugar”, digo, apresentarei uma nova letrinha a eles, a letra N, que corresponde a lição 5 do Programa. Então, certamente ocorrerá o desequilíbrio novamente, fator necessário para que ocorra a aprendizagem.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ao abrir das cortinas

O ato de ler e escrever deve começar a partir de uma compreensão muito abrangente do ato de ler o mundo, coisa que os seres humanos fazem antes de ler a palavra. Até mesmo historicamente, os seres humanos primeiro mudaram o mundo, depois revelaram o mundo e a seguir escreveram as palavras. Paulo Freire.
Esta fala de Paulo Freire me leva a refletir sobre minha sala de aula. Tenho vivenciado a perda de momentos e ou, situações que poderiam ser o ponto de partida para um fazer pedagógico provocador, motivador, que certamente envolveria o aluno, sua história seu mundo. Isto tem acontecido por estar atuando numa turma de primeiro ano, tendo que trabalhar o Método Fônico. È um Programa de Alfabetização que vem pronto. Portanto, não contempla a leitura do mundo do aluno, nem datas comemorativas ou qualquer outro evento que o calendário escolar tenha em sua programação, o que é uma lástima, porque muitos momentos ricos para uma aprendizagem significativa, relevante para o educando, se perde infelizmente, pois existe um tempo determinado para a execução das práticas que devem ser aplicadas dentro dos prazos. O brincar é banido quase que na sua totalidade, do contrário não é possível dar conta da programação.
De acordo com autores, percebo que a relação dos alunos com a leitura e a escrita dependerá de como ele será apresentado aos primeiros textos e de como isto será trabalhado pela família, pela escola e por entidades que desenvolvem um trabalho com responsabilidade. Temos alunos que apresentam dificuldades de decifração dos códigos, a falta de hábito para a leitura e a falta de preparo de adultos para motivar a leitura acabam ocasionando uma escrita também limitada e pouco reveladora das potencialidades de nossas crianças e pouco útil para o exercício de cidadania.
No transcorrer das aulas da última semana, ficou evidente a importância de trabalhar a partir do conhecimento prévio que o aluno traz consigo. Cada um tem sua bagagem que não poderá ser ignorada, é aí que entra o método de ensino, não podemos citar este ou aquele método e afirmar que o mesmo é único e sim bom é aquele método que leva o educando ao encontro da construção do seu próprio saber. Não podemos ignorar fatos, datas importantes do cotidiano do aluno, pois estes podem ser os horizontes para uma aprendizagem significativa.

Maria Izabel da Cunha em “O Bom Professor e sua Prática”, fala da responsabilidade do professor e da necessidade de constante aprendizagem docente para eliminar transtornos entre professor e alunos, que desestimulam o interesse que pode existir por ambas as partes. Diz que a formação do professor é um processo, que acontece no interior das condições históricas em que ele mesmo vive que faz parte de uma realidade concreta e determinada, que não é estática e definitiva e, sim, uma realidade que se faz no cotidiano. Por isso, é importante que este cotidiano seja desvendado. Afirma a autora:
Por fim, novamente levanto a importância que os programas de formação e de educação de professores precisam dar à dualidade competência técnica e compromisso político. Uma pedagogia transformadora só se dará com o concurso de ambas as dimensões. O esclarecimento do significado de cada uma é fundamental para que se operacionalize uma prática eficiente e comprometida. Mas ficam algumas certezas: somente um mutirão, um esforço coletivo pode transformar vidas e proporcionar uma nova leitura de mundo onde cada novo dia se abre como uma página nova a ser escrita. Somente a educação pode fazer com que cada cidadão seja personagem principal de sua história e autor livre de cada capítulo de sua vida. E somente o trabalho desinteressado de pessoas que “doam de si sem pensar em si” pode assinar embaixo das histórias de vida de pessoas que exercem seus direitos, sobretudo o direito de ser feliz.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O Desenvolvimento Humano e as Práticas Pedagógica

A Psicologia concentra esforços em compreender o homem em todos os seus aspectos, englobando fases desde o nascimento até o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade. Tal esforço, conforme mostra a linha evolutiva da Psicologia tem culminado na elaboração de várias teorias que procuram reconstituir, a partir de diferentes metodologias e pontos de vistas, as condições de produção da representação do mundo e de suas vinculações com as visões de mundo e de homem dominantes em cada momento histórico da sociedade.
Estas considerações me remetem à reflexão sobre o fazer pedagógico em sala de aula. É preciso ter sempre em mente os questionamentos: Quem são meus alunos? Qual é seu mundo? O que buscam? Para que buscam? Como buscam?
Dentre as diferentes teorias, a de Jean Piaget (1896-1980), que é a referência desta reflexão, se destaca de outras, pelo seu carácter inovador quando introduz uma “terceira visão” representada pela linha interacionista que constitui uma tentativa de integrar as posições dicotómicas de duas tendências teóricas que permeiam a Psicologia em geral - o materialismo mecanicista e o idealismo - ambas marcadas pelo antagonismo inconciliável de seus postulados que separam de forma estanque o físico e o psíquico.
Temos em sala de aula, crianças inquietas, curiosas, outras já nem tanto, sendo mais tranquilas com menos interesse no aprender, no descobrir, construir o conhecimento.
A Psicologia objetivista, privilegia o dado externo, afirmando que todo conhecimento provém da experiência; e a Psicologia subjetivista, em contraste, calcada no substrato psíquico, entende que todo conhecimento é anterior à experiência, reconhecendo, portanto, a primazia do sujeito sobre o objeto (Freitas, 2000:63).
Piaget formula o conceito de epigênese, argumentando que "o conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas" (Piaget, 1976 apud Freitas 2000:64). Quer dizer, o processo evolutivo da filogenia humana tem uma origem biológica que é ativada pela ação e interação do organismo com o meio ambiente - físico e social - que o rodeia (Coll, 1992; La Taille, 1992, 2003; Freitas, 2000; etc.), significando entender com isso que as formas primitivas da mente, biologicamente constituídas, são reorganizadas pela psique socializada, ou seja, existe uma relação de interdependência entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer.
Logo entende – se que cada indivíduo é único, com suas características físicas, biológicas e psíquicas. Portanto, cada um difere do outro, nas suas capacidades, tempo, individualidades, diferenças e semelhanças. Temos que atentar para estas questões, a fim de que tenhamos o cuidado de não cair no erro de que podemos avaliar todos da mesma forma, e sim, é preciso compreender e respeitar o tempo que cada um necessita para a assimilação e acomodação acontecerem. Enfim, se torna importantíssimo o resgate da autoestima do educando devendo o professor estar atento e buscar resgatar no aluno a capacidade que todos têm, através de atividades que o envolvam, instigue, que o façam perceber autor do seu processo de aprendizagem. Pois os processos de assimilação e acomodação são complementares e acham-se presentes durante toda a vida do indivíduo e permitem um estado de adaptação intelectual. Segundo Piaget (...) É muito difícil, se não impossível, imaginar uma situação em que possa ocorrer assimilação sem acomodação, pois dificilmente um objeto é igual a outro já conhecido, ou uma situação é exatamente igual a outra.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Observações e Aprendizagens

Refletindo sobre minhas práticas, em sala de aula, identifico a sede e a capacidade de aprender e construir o processo de aprendizagem em cada sujeito. Cada um com suas diferenças, suas formas e jeitos de ser e de buscar.
Tenho diante de mim todos os dias vinte e dois rostinhos lindos, com os olhinhos brilhando cheios de curiosidade sobre a aula do dia. São muitas as novidades diárias que, cada um precisa contar seus sonhos e fantasias. São fantasias de seis anos de idade, pois é essa a faixa etária da classe. Elas, as crianças, estão ali diante de mim com os olhos a me dizer. Qual será a nova brincadeira que você trouxe hoje pra gente? Com certeza vai ser legal! Mas nem sempre posso corresponder às expectativas destes pequenos anjos, e ainda tenho que lembrá-los de que, também estão ali para estudar. Que é preciso que aprendam identificar e decodificar letras e sons, ou seja, grafemas e fonemas, que temos que dar conta do Programa de Alfabetização e que iremos brincar sim, mas de forma diferente, isto é com rimas, trava-línguas, cantigas folclóricas, enfim, brincando com as letras e sons. E sobre as brincadeiras de seis anos, estas só poderão ser realizadas, caso sobre tempo, talvez no finalzinho da aula.
Segundo Miguel Arroyo (1995), nos fala sobre a necessidade de pensarmos cada idade como uma identidade própria, realização própria, não enquanto preparo para uma outra idade, em nome da busca de um adulto perfeito sacrificamos a infância e a juventude, colocamos em segundo plano o lúdico, a imaginação, pois estamos mais preocupados em formar bons escritores e leitores, dependendo do método, acabamos por não dar importância a fase de desenvolvimento emocional em que essa criança de seis anos se encontra e deixamos de respeitar as diferenças que existe dentro do grupo de alunos.
A dimensão do lúdico, da imaginação nos anos iniciais tem possibilidade de acontecer numa perspectiva inter, trans, multidisciplinar. Porém, sabemos que nem sempre isto é possível, pois tudo irá depender do método aplicado, de como podemos realizar as práticas pedagógicas com nossas crianças.
Hoje é comum a fala sobre Ciência Cognitiva da Leitura. Este é o termo usado para referir-se ao paradigma predominante sobre alfabetização A Ciência Cognitiva da Leitura é um ramo da psicologia cognitiva que agrega e integra conhecimentos das neuro-ciências, da psico-lingüística e da psicologia cognitiva para compreender os fenômenos relacionados ao ensino e aprendizagem da alfabetização.
Enfim, fiquemos na torcida para que as fronteiras das disciplinas, das áreas, ou dos Programas que chegam prontos e cronometrados a nós, professores, não existam para as crianças.. de forma que venham a não contemplar todas as fases do desenvolvimento humano dos sujeitos envolvidos no processo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Refletindo Sobre Alfabetização

Ao longo da história, a leitura e a escrita foram privilégio de poucos que, após esse primeiro aprendizado, continuavam seus estudos. Com o passar do tempo, mais pessoas se alfabetizaram, mas os índices avançaram em um ritmo muito lento. Hoje, caminhamos para a universalização da educação básica, porém desigualdades estiveram presentes em matéria de escolarização, pois apenas uma minoria tinha esse direito básico atendido.

Enquanto o IBGE, em suas estatísticas, considera alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simplesmente no idioma que conhece, o conceito de alfabetização foi ampliado, chegando-se a considerar alfabetizado aquele que “sabe usar a leitura e a escrita para exercer uma prática social em que a escrita é necessária” (Magda Soares, 2003).

Nessa perspectiva de uma educação de igualdade e Boa Escola para todos, o governo do Estado do Rio grande do Sul tem investido fortemente na busca de uma educação transformadora e de qualidade, visando-a desde os primeiros anos do Ensino Fundamental. Com estas concepções, desde 2009, temos a implantação de Programas de Alfabetização nas Escolas Gaúchas. A instituição em que estou realizando meu estágio aderiu o Programa Alfa e Beto de Alfabetização, do Instituto Alfa e Beto. É um programa fechado, cronometrado e traz o método Metafônico. Segundo João Batista Araújo, autor e orientador do programa, o método é uma forma de alfabetizar ludicamente, embora sendo uma rotina bem intensa para a faixa etária.

As crianças devem estar na escola, estar na escola, é importante para a socialização, porém somente isso não garante o desenvolvimento das competências cognitivas necessárias, para dar continuidade da escolarização com sucesso. Essa afirmação implica refletir sobre quais conhecimentos são mais relevantes e quais competências e habilidades são imprescindíveis para o cotidiano de nossas crianças na sociedade letrada. Portanto, é preciso dar as crianças acesso às diferentes áreas do conhecimento, assegurando-lhes a inserção social para além da escola.


(...) processo de pensar as ações de sala de aula de modo amplo e abrangente, é um meio para facilitar e viabilizar a organização do trabalho e os atendimentos às necessidades dos alunos; é uma atitude crítica do educador diante de seu trabalho docente. Planejar é assumir e vivenciar a prática social docente como processo de reflexão permanente. (SMOLE, 1996, p.175)

Não basta apenas saber o que significa e quais as implicações de saber ler e escrever aos seis anos. A alfabetização exige, além de domínio teórico, compromisso, solidariedade, responsabilidade no enfrentamento da questão, um trabalho de envolvimento dos diferentes sujeitos do processo ensino-aprendizagem.

Para Freire, (1996, p.56) em Pedagogia do Oprimido: O mundo da cultura que se alonga em mundo da história é um mundo de liberdade, de opção, de decisão, mundo de possibilidade em que a decência pode ser negada, a liberdade ofendida e recusada.

A sala de aula é realmente um espaço mágico, nela acontecem diferentes situações, descobertas, principalmente quando as crianças estão no período do ciclo da vida que diz respeito à segunda infância, mais precisamente na idade dos cinco a seis anos.

Segundo Cunha (1999, p.27), o sujeito será sempre o resultado da “interação da informação hereditária com seu meio, de maneira que, como salienta Piaget, ao analisar o resultado da interação, não se pode atribuir importância menor nem ao sujeito nem ao meio, na sua constituição”, o que significa que a causalidade não pode ser atribuída a um deles apenas. CUNHA, 1999, P. 27 apud de MARQUES, 2005, p. 02.

Dentro dessa perspectiva percebo a importância de proporcionar a criança condições de interagir com os demais em um ambiente propício para aprendizagem, não subestimando a capacidade destes sujeito de aprender, principalmente do sujeito enquanto criança.

Todos os aspectos de desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo continuam inter-relacionados, neste período. O comportamento é predominante egocêntrico, mas a compreensão da perceptiva, o brincar, a criatividade e imaginação tornam-se mais elaborados. A independência, o autocontrole e cuidado próprio aumentam, porém a família ainda é o núcleo da vida, embora outras pessoas, de suas relações comecem a ter importância.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Refletindo sobre a sala de aula

Observando meus alunos de 1º ano percebi que a sala de aula é realmente um espaço mágico, nela acontecem diferentes situações, descobertas, principalmente quando as crianças estão no período do ciclo da vida que diz respeito à segunda infância, mais precisamente na idade dos cinco a seis anos.
Todos os aspectos de desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo continuam inter-relacionados, neste período. O comportamento é predominante egocêntrico, mas a compreensão da perceptiva, o brincar, a criatividade e imaginação tornam-se mais elaborados. A independência, o autocontrole e cuidado próprio aumentam, porém a família ainda é o núcleo da vida, embora outras pessoas, de suas relações comecem a ter importância.
Para Freud (apud Papalia, 200) o comportamento é governado não apenas por processos conscientes. O mais elementar dentre tais processos inconscientes, conforme Freu, é uma pulsão sexual instintiva, à qual ele chamou de libido, presente no nascimento e formadora da força motivadora por trás, virtualmente de todo o nosso comportamento.
A personalidade é formada por estruturas, e as mesmas vão se desenvolvendo com o tempo. Estas estruturas são: o id, em que a libido está mais centrada, o ego, elemento muito mais consciente que funciona como o executivo da personalidade e o superego, o centro da consciência e da moral, incorporando as normas e limites morais da família e da sociedade.
Analisando, a teoria do desenvolvimento humano nesta fase da vida do sujeito, torna-se possível a compreensão sobre a necessidade do brincar, principalmente, do esconder-se em pequenos espaços e espiar o corpo um do outro, ficar bem juntinhos em esconderijos, conversar muito, pequeno espaço de tempo de concentração para a realização das atividades.
Talvez fosse importante repensar essa questão, de alfabetizar as crianças aos seis anos de idades, pois acredito estarmos queimando etapas do desenvolvimento natural, estamos talvez forçando um amadurecimento precoce. Embora o discurso afirme que os Programas de Alfabetização implantados, tragam em sua íntegra a ludicidade, é muito cobrar destes pequenos sujeitos que têm tanto ainda a descobrir de forma natural, através do brincar por brincar simplesmente.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Meu Estágio, Meus Alunos

Durante este semestre, todas as atenções estão voltadas ao estágio. São muitas dúvidas, e a ansiedade resolve, em alguns momentos, tomar conta do meu interior. As dúvidas, as incertezas de como será me trazem estes momentos de tensão. Isto acontece por eu não ter a certeza de que estou no caminho certo, no que diz respeito à construção das atividades do curso, postagens, etc. Pois ainda tenho certa dificuldade em administrar alguns espaços e ferramentas virtuais. Estas “descobertas” requerem tempo, e este, é algo bem reduzido devido à carga horária que tenho. Estou com regência de duas turmas de 1º ano, ambas estão no Programa Alfa e Beto, e é com a turma do turno da tarde que realizarei o meu estágio. Como os livros do referido Programa chegaram somente na última semana de março, aproveitei o transcorrer destes dias para conhecer um pouco mais dos meus alunos. Fiz atividades mais lúdicas, brincamos, trabalhamos com tinta, massa de modelar, recorte e colagem, rasgaduras, enfim, diferentes atividades com o objetivo de trabalhar a motricidade fina e a coordenação motora ampla, a socialização, já que a maioria veio da Educação Infantil, e tendo em média 6 anos de idade. Este será um ano cheio de novidades, grandes desafios, pois regência de 1º ano eu nunca tive, o Programa Alfa e Beto é algo novo pra mim, os alunos são todos novos na escola, estão em processo de adaptação. Neste tempo de sondagem e conhecimentos dos meus alunos, percebi que são crianças bem agitadas, barulhentas, adoram conversar e passear na sala durante a aula. Foi possível observar o déficit de atenção por parte de um percentual significativo da turma, porém são bem afetuosos entre eles, e também em relação a minha pessoa. Segundo Doris Pires Vargas Bolzan, 2001, pág. 268, em suas reflexões sobre os saberes e fazeres na escola traz a temática do conhecimento compartilhado, no qual ensinantes e aprendentes ensinam e aprendem juntos. È desta forma que me vejo em meio a tantas novidades. Acredito que estou aprendendo muito com estes seres, tão pequenos, e tão cheios de brilho, de curiosidade de vontade de conhecer e vivenciar momentos novos. A autora chama a atenção dos educadores de que é preciso estar preparados, pois a velocidade das transformações dos saberes não permite que a escola centre-se, apenas nos seus fazeres. È necessário avançar, preparando os sujeitos para promover mudanças, através do conhecimento significativo. Portanto é fundamental ter clareza dos caminhos a seguir, determinar os saberes a serem explorados e desenvolvidos no currículo escolar. O ensino precisa partir do real, pois os alunos vêm carregados de conhecimentos prévios e possuem maneiras próprias de aprender. Esse trabalho deve ser apropriado por professores e alunos envolvidos nesse processo. Foi possível constatar as afirmações da autora durante o Projeto de Páscoa, que desenvolvi com a turminha. Tive que fazer alterações, pois se fez necessário mudar alguns fazeres em meu planejamento, ou seja, acrescentar ideias trazidas por eles, e as mesmas trouxeram significativas pinceladas a construção do conhecimento, como também na socialização. As alterações foram mais acentuadas na culminância do projeto, que foi uma apresentação artística alusiva sobre a Páscoa. Esta foi praticamente elaborada, criada pela turma. A cada dia, a cada ensaio surgiam novas idéias que eram acrescidas buscando melhorar a atividade, e assim, professora e alunos envolvidos, foi possível a atividade culminar numa linda apresentação, que deixou os presentes emocionados.

Em seu texto, O Despertar, Lúcia Helena Marques Carrasco fala que os professores devem despertar para si, e nesse despertar buscar transformação. Esta mudança começa a surgir no momento em que acordamos para a realidade que nos cerca e passamos a analisar nossas ações, refletindo sobre nossos fazeres e sobre o nosso aluno, a história de cada um, o conhecimento prévio que cada um traz consigo, o ser de cada um, o que é o que deixa de ser importante para ele. “Logo, não é possível fazer uma reflexão sobre o que é educação sem refletir sobre o próprio homem”. (Freire, 1984, p.27)


Imagens da apresentação alusiva a Páscoa










Vida nova, fatasia de criança.








Trabalhando cores primarias.








Alegria da Festa da Páscoa.








Pequnos atores.








Todo o elenco.