segunda-feira, 3 de maio de 2010

O Desenvolvimento Humano e as Práticas Pedagógica

A Psicologia concentra esforços em compreender o homem em todos os seus aspectos, englobando fases desde o nascimento até o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade. Tal esforço, conforme mostra a linha evolutiva da Psicologia tem culminado na elaboração de várias teorias que procuram reconstituir, a partir de diferentes metodologias e pontos de vistas, as condições de produção da representação do mundo e de suas vinculações com as visões de mundo e de homem dominantes em cada momento histórico da sociedade.
Estas considerações me remetem à reflexão sobre o fazer pedagógico em sala de aula. É preciso ter sempre em mente os questionamentos: Quem são meus alunos? Qual é seu mundo? O que buscam? Para que buscam? Como buscam?
Dentre as diferentes teorias, a de Jean Piaget (1896-1980), que é a referência desta reflexão, se destaca de outras, pelo seu carácter inovador quando introduz uma “terceira visão” representada pela linha interacionista que constitui uma tentativa de integrar as posições dicotómicas de duas tendências teóricas que permeiam a Psicologia em geral - o materialismo mecanicista e o idealismo - ambas marcadas pelo antagonismo inconciliável de seus postulados que separam de forma estanque o físico e o psíquico.
Temos em sala de aula, crianças inquietas, curiosas, outras já nem tanto, sendo mais tranquilas com menos interesse no aprender, no descobrir, construir o conhecimento.
A Psicologia objetivista, privilegia o dado externo, afirmando que todo conhecimento provém da experiência; e a Psicologia subjetivista, em contraste, calcada no substrato psíquico, entende que todo conhecimento é anterior à experiência, reconhecendo, portanto, a primazia do sujeito sobre o objeto (Freitas, 2000:63).
Piaget formula o conceito de epigênese, argumentando que "o conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas" (Piaget, 1976 apud Freitas 2000:64). Quer dizer, o processo evolutivo da filogenia humana tem uma origem biológica que é ativada pela ação e interação do organismo com o meio ambiente - físico e social - que o rodeia (Coll, 1992; La Taille, 1992, 2003; Freitas, 2000; etc.), significando entender com isso que as formas primitivas da mente, biologicamente constituídas, são reorganizadas pela psique socializada, ou seja, existe uma relação de interdependência entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer.
Logo entende – se que cada indivíduo é único, com suas características físicas, biológicas e psíquicas. Portanto, cada um difere do outro, nas suas capacidades, tempo, individualidades, diferenças e semelhanças. Temos que atentar para estas questões, a fim de que tenhamos o cuidado de não cair no erro de que podemos avaliar todos da mesma forma, e sim, é preciso compreender e respeitar o tempo que cada um necessita para a assimilação e acomodação acontecerem. Enfim, se torna importantíssimo o resgate da autoestima do educando devendo o professor estar atento e buscar resgatar no aluno a capacidade que todos têm, através de atividades que o envolvam, instigue, que o façam perceber autor do seu processo de aprendizagem. Pois os processos de assimilação e acomodação são complementares e acham-se presentes durante toda a vida do indivíduo e permitem um estado de adaptação intelectual. Segundo Piaget (...) É muito difícil, se não impossível, imaginar uma situação em que possa ocorrer assimilação sem acomodação, pois dificilmente um objeto é igual a outro já conhecido, ou uma situação é exatamente igual a outra.

Um comentário:

Patricia Grasel disse...

Anete querida,

ótimo, excelente, além de trazer uma reflexão sobre o desenvolvimento humano vc apresenta questões fundamentais para uma ação pedagógica significativa. Concordo contigo quando escreves que é preciso ter sempre em mente os quem são meus alunos, que realidade vivem, que contexto, que objetivos buscam. Penso que essas questões nos ajudaram a pensar em planejamentos mais cuidados na individualidade de cada aluna, na necessidade particular de cada um, a fim de verificarmos o que eles necessitam e o que podemos oferecer para fazer a diferença na vida deles.

Bjokas